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domingo, 20 de janeiro de 2013

O homem que transforma laranja em laranjada



O homem que transforma laranja em laranjada


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João da Costa Carvalho sempre soube transformar limão em limonada. Começou transportando frutas para um atacadista, mas o salário era baixo demais. Economizou, comprou uma Kombi velha e passou a prestar serviço, impondo uma remuneração bem maior ao ex-patrão. Sempre sonhou em ter um filho homem, para ajudar no trabalho na lavoura, à medida que comprava novos pedaços de terra. Teve cinco filhas. Abriu então um mercado, o maior de Taquaritinga, no interior em São Paulo, que hoje é administrado em conjunto por elas.
Neste ano, enquanto quase toda a safra de laranja precoce da região de Taquaritinga acabou apodrecendo embaixo das árvores, Carvalho conseguiu transformar mais uma vez o revés em oportunidade. Em vez de amargar um prejuízo como os demais produtores, o empresário de 63 anos buscou uma saída criativa: instalou no mercado do centro da cidade uma máquina que espreme laranja na hora.
Ele vende dois litros de suco feito na hora por um valor menor do que uma caixinha de um litro de laranja processada. Embalado em garrafa pet, o produto sai por R$ 3,99.
Mesmo em uma cidade em que é possível conseguir laranja de graça – em outubro de 2012, houve distribuição da fruta em praça pública, já que a fábrica da Citrosuco na região não comprou a produção -, a praticidade do suco engarrafado chamou a atenção do consumidor. O investimento de R$ 20 mil na máquina fabricada na Espanha e parcelada em três pagamentos valeu tão a pena que o empresário já pensa em usar a próxima safra de laranja só para abastecer a demanda do varejo.
Seu João, como é conhecido, já comprou uma segunda máquina, que ficará de reserva em caso de necessidade de manutenção da atual. Uma caixa de laranja – que hoje, na melhor das hipóteses, sai por R$ 10 na região – é transformada em R$ 50 após o processamento. Por dia, Carvalho e as filhas vendem 300 litros de suco fresco. “É só a fruta espremida, sem nada mais. Por isso, recomendamos o consumo do suco em um prazo máximo de 24 horas.”
Na cidade, Carvalho é considerado um empresário de boas ideias, que se adapta rapidamente às crises que aparecem em seu caminho. “Ele sabe o que faz, e as filhas dele trabalham muito”, diz um produtor rural de Taquaritinga. Mesmo antes de surgir a ideia da compra da máquina – que ele credita a uma das filhas, Edilene, que “pediu pela internet” -, o produtor e comerciante já tinha mais facilidade para vender a produção de seus laranjais. “Ele tem supermercado e já foi atacadista de frutas. Tem boas relações e passa o produto adiante”, diz um amigo do empresário.
Embora tenha encontrado solução própria para não ficar refém dos preços cada vez mais baixos da laranja, Carvalho vem se prevenindo há alguns anos dos preços em queda. Hoje, planta 50 hectares de laranja, mas a área dedicada a outras frutas – limão, goiaba e, principalmente, manga – já é maior. “Estou aumentando cada vez mais a manga, pois a gente já ficou passando o chapéu na rua, sem ter para quem vender a
laranja.”
O Estado de São Paulo

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